sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O passatempo duma ocidental

Méssaline, embora não despreze outros, tem dois momentos do dia preferidos para as práticas fornicosas. De manhã, ao acordar, e ao fim da tarde.

De manhã, agrada-lhe a sensação de um pau bem desperto a roçar-se-lhe nas nádegas. E uma foda pela manhã, com janelas abertas para ser lambida pela brisa fresca, se for Verão, bem aconchegada no calor do edredão, se for Inverno, é a melhor maneira de começar o dia.

Ao fim da tarde, inspiram-na os quebrantos da luz reclinada, a sensação de encerramento do dia com chave de ouro.

Enquanto a matutina, pelas exigências próprias da agenda diária, normalmente, dá em rapidinha, a vespertina é propícia a imaginações dilatáveis até ao anoitecer. O bulício das ruas onde passa um rio de gente que regressa a casa com melancolia, as sombras que se alongam despertam-lhe um desejo obtuso de foder.

Então, pede ao companheiro que lhe bata bem no fundo, levando-a ao céu dos felizes que se vêm. Ocorrem-lhe memórias e fantasias de fodas noutras cidades, àquela hora mágica: Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!

Em Madrid, foi com um engenheiro civil que a atesoava, porque mal a via, se punha a saltar de viga em viga sobre as edificações emadeiradas que nem um gato.

Em S. Petersburgo, com um engenheiro naval que ela pescou quando errava pelo cais, de jaquetão nos ombros largos. Arrebitou logo o grelo por lhe fazer evocar a fauna e faina marítima do presente e do passado: marinheiros, baixéis, couraçados ingleses, escaleres, heróis da navegação, da escrita e do pinanço a torto e a direito.

Embrenharam-se os dois num beco da Avenida Névski e foi daquelas contra a parede, que lhes soube que nem ginjas.

Em Paris ou Berlim, já não se lembra bem, porque o seu mapa-múndi pessoal é mais foda-a-foda do que cidade-a-cidade, foi com um dentista. Na rua havia uma atmosfera feérica propícia ao devaneio da mente e do corpo: um trôpego arlequim bracejava numas andas, querubins do lar flutuavam nas varandas. Méssaline sacudiu as ancas opulentas de varina, roçou-se nas pilastras, e o clínico já a naufragar nas tormentas da tusa e a pensar: «Aquela quer é que eu lhe descarregue qualquer coisa na canastra.»

Subiram ao quarto de um hotel flamejante e foi um mete-e-tira da broca, um pi(n)ça para cá e para lá, que deixou Méssaline de boca aberta todo o tempo. De espasmo e de pasmo.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Cansada, mas não saciada

Foi longo o dia de trabalho, pelo que se impõe evocar o lendário lema messalínico: «Cansada, mas não saciada».

Na verdade, nem isso me tira a vontade de foder contigo. Esperar-te numa cama confortável, abrir-te os lençóis e o meu corpo, beijar-te, lamber-te e chupar a delícia da tua piça, apertá-la nas minhas mãos, dar-lhe dentadinhas breves e leves, senti-la a dilatar-se e a entesar-se rodeada pelos meus lábios para depois a convidar a entrar na minha cona, já preparada pela mestria da tua língua. Pensar nisso, oh, deuses, como me arrepia a pele, me faz ansiar pelo nosso próximo encontro... Ah, e dar-me-ias esse caralho gostoso por trás, agarrando-me nas ancas para marcar um ritmo determinado, veemente. Para mim, essa posição é... uf!... divina, rainha. Ou apoiar as minhas pernas nos teus ombros, o que me permite sentir cada centímetro do corpo generoso da tua piça. Claro, gostaria de um desfecho condizente com este enredo. Que tal dares-me o teu leite no meu peito (an all-time favourite, as you well know...), para eu espalhar pelo meu corpo e prová-lo suavemente nos meus lábios?

Ai, que farei quando a cona me arde? Fiquei sem sono e já nem cansada estou. Tivera aqui o meu gladiador para um combate corpo a corpo, a sua espada a atravessar-me.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Bibliografia fodida (5): antologia lusófoda

  • Mário do Caralho, Coitos vagabundos
  • Pedro Conais, A Lenda do Mete-em-Regos
  • Jorge Mamado, Gabriela, pau no cu dela
    Jorge Mamado, Capitães: na areia, na água, na relva, everywhere...
  • Miguel Tora, Bichas

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Paus

Paus que roçarem glandes pela minha cona em ouro...
Vindo-se, longínquos, sobre Outros Seios... Enrijece o louro
Fauno na tusa do poente... Corre um frio carnal por minh’alma...
Tão sempre a mesma, a Tusa!... Baloiçar de peitos ao sabor da alma...
Silêncio que as follas extinguem em nós... Outono deleitado
Do encanto de verga ávida... Azul esquecido em enrabado...
Oh que tenso grito de ânsia em mim explode!
Que espasmo em mim anseia por outra piça que a que me fode!
Estendo as mãos para alguém, mas ao estendê-las já vejo
Que não é aquilo que quero aquilo que desejo...
Caralhos de Imperfeição... Ó tanta ambiguidade
A tora expulsa de mim-Tempo!... Onda de recuo que invade
O meu abandonar-me a mim própria até desfalecer,
E recordar tanto o Tu presente que me sinto esquecer!...
Fluido de auréola, tumescente de Foi, oco de vir-se...
O Mistério sabe-me a eu ter outro... Luar sobre o não conter-me...
A vizinhança é hirta — a tusa que alivia à mão
É mais minha do que dela... Pra que é tudo isto?... Foda-mão...
Mineteiros de despropósito lambendo de Honra os Aléns!
Passantes fechando os olhos ao espaço em que são eros de erro...
Fanfarras de orgasmos de silêncios futuros... Longe vens...
Colhões vistos longe... através das árvores... tão de ferro!...