quinta-feira, 31 de julho de 2014

Feliz Dia Mundial do Orgasmo!

«The pleasure of living and the pleasure of the orgasm are identical.»

(Wilhelm Reich)

Mas nada como la belle langue para o dizer:

sexta-feira, 25 de julho de 2014

SMS: Short Message Sex (1)

Mensagem de Méssaline:

Quarta-feira, 19:31

Depilada, maquilhada e massajada com óleos essenciais, achais que estou digna de entrar no templo de Afrodite e prestar-lhe o devido culto? E a este meu amante apraz-lhe acompanhar-me?
Mensagem d'Ele:

Quarta-feira, 19:37

Quae sunt Caesaris Caesari! Afrodite é sempre digna de entrar no seu próprio templo...
Dá um toque quando estiveres a chegar.
foda e mais foda, e mais foda
Mensagem de Méssaline:

Quinta-feira, 01:30

Dizer-to só mais uma vez: DE-LI-CI-O-SO.
Mensagem d'Ele:

Quinta-feira, 01:42

Ah, Méssaline, doce amor, querida, minha paixão, meu tudo! <3
Como vai ser doloroso um dia inteiro de trabalho sem ti, sem a tua cona, sem o teu cheiro, sem a bênção do teu corpo, sem o alento que é a tua presença, a tua proximidade! Para me animar, imagino a tusa que vou acumular e o teu prazer guloso ao vê-la, ao senti-la, ao partilhá-la! :o)3 <=8
Mensagem d'Ele:

Quinta-feira, 03:05

Não consigo parar de ver o vídeo da nossa foda, tantas saudades tenho já de ti!
Estou com uma tusa que nem te conto, quase dolorosa, mas recuso-me a bater uma punheta libertadora, pois quero entregar-me todo em devoção no altar do teu corpo, minha única e eterna deusa!
AMO-TE! <3
Mensagem de Méssaline:

Quinta-feira, 07:15

Ai, que coisa... De ler-te, fiquei com a cona em desassossego e só me apetecia a tua maravilhosa piça dentro dela, beijar-te continuamente, dizer-te, até me secar a boca, o desejo que me consome.
Delicia-me a tua entrega, expressa no esforço de contenção de agora com o objectivo de melhorar o nosso, o meu, prazer.
Mensagem d'Ele:

Quinta-feira, 07:42

Acordei arrasado, mas com a vontade de foder contigo num estado de premência como o de respirar. Ce soir...?
Mensagem de Méssaline:

Quinta-feira, 10:35

Tenho tanto sono como vontade de foder contigo. Mal consigo concentrar-me no trabalho. Beijo-te profusa e ardentemente.
Ce soir.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

And the Oscaralho goes to...

Méssaline gosta de cinema. Pelas voltas dos enredos, o escuro das salas, ambiente para subtis jogos de mãos, pela oportunidade de regalar o olho com alguns expoentes máximos da beleza masculina. Às vezes, fica tão atordoada com os vigores da musculatura, a solidez do ventre, as colunas das pernas, o langor ou a investida do olhar, a polpa dos lábios, os sorrisos solares... uffff... que, findo o filme, fica a pasmar para a ficha técnica, até que a penetrem afinidades entre os nomes e as coisas, brotando óbvios trocadilhos, obtusos trocadalhos.

Ocorre a Méssaline um elenco luxurioso, talvez para um documentário, uma vez que alguns deles já partiram. («Morrem cedo aqueles a quem as deusas mamam...»)

Como preliminar, em jeito de trombeta do Aporcalhipse, um primeiro plano com o Pau Newman, depois, uma cena com o Brad a comer Pitto, muito joliment, seguido de um primeiro plano incidente — e reincidente — no apelido do Sean Pénnis, e, por enlace homónimo, chamar o outro Sean, o Connary que, se assim se chama, nobres serviços deve prestar à causa. (De passagem, é justo que se afirme a qualidade de vinho do Porto que este senhor exibiu...)

Para incitar as espectadoras a conceber belle giornate particolari com o amante italiano que lateja na cabeça de toda a mulher de inclinação fantasiosa, incluir uma cena, trágica ou cómica, tanto faz, que o varão transpira talento por todos os poros, com Marcello Marturbanni. Prosseguir com a câmara a passear sobre aquele palminho de cara do Alain Delong, em que apetece dar beijinhos até ele chamar pela mãezinha; pedir ao Johnny que se deixe de fantasias alicinas e chocolácticas e que venha mesmo deep, deep e ao Roger, more, MORE!, zero-zero-setamente, e sem vírgulas centesimais!


And lust not least, o homem que Marilyn Monroe considerou o mais sexy do mundo. Deixemos o mau feitio do moço e o que o tempo fez ao corpo do homem, que não são chamados a esta colação. Concentremo-nos nas performances até ao Último tango em Paris, hímnico canto do cisne.

Detenhamo-nos no pedaço de perdição daqueles lábios distendidos em permanente oferecimento, no olhar que apetece tomar todo de uma vez, mas que permanece longínquo, incapturável, na voz indolente, rouca, e sonhemos com todos os marlons sussurrando brandas palavras, longos polissílabos, que ampliam uma música ex-po-nen-ci-al-men-te túsica da língua.

Vai para ele o Oscaralho desta edição!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O Livro das Tentações
— exercício saramorgasmiano —

Sobre o braço esquerdo ele, sobre o direito ela, no leito deitados estão, braços inúteis que sois, pelo pouco que participais nas gesticulações que já se adivinham, enquanto estes que aqui estão não saírem do porto da hesitação, que é o mesmo que dizer, vou não vou, para a frente é que é o caminho, isso bem o sabemos, mas que caminho é esse, que o teu seja o meu, vem, vem, que entre mim e ti nada haja que não seja a humidade das nossas peles, a música dos nossos corpos juntos na mesma vontade, feita de tantos desejos adiados, de tão fugidias certezas, que agora mais parece que ali não se acredita naquilo que os olhos dizem e as mãos vão fazendo. Um lábio freme, dois que escorregam, já no colo vão, onda que se acrescenta, torrente que em todas as portas bate, abre uma, não é por aqui, enche e cresce, empurra outra porta, abre-a, precipita-se em fluxos e refluxos, não há mar que a receba, só um abismo a salvará. É entrando que em espraiada espuma desliza.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Soneto da pila murcha

Uma piça rija é qualquer coisa linda,
Nada existe com mais verdade.
Só o vê-la promove a vinda
Das seivas untuosas da vontade

De ser fodida. Ao entrar em mim,
Altas correntes de electricidade
Tomam meu corpo, terminando, enfim,
Numa violenta tempestade:

De esporra minha cona é inundada.
Piça tesa é coisa efémera, contudo:
Logo fica torpe, pelém, mirrada, folacha.

Acaba, é a antipiça; porque nada,
Nada parece mais com o fim de tudo
Que uma pila murcha.


(Vi(ni)cius d’ iMoraes)