sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A beleza da hora que passa

A beleza da hora que passa é breve e por isso profitemos da sua dádiva, avaramente concedida pelos deuses. Enlaço-te a mão e intimamente colho os deleites do teu calor ardente. Muda, com um gesto distraído, olho o mar e um horizonte em flamas captura-me a atenção. Um sorriso entre o espanto e o encanto sela a nossa súbita comunhão de sentidos. Desenlaças as mãos e abres os braços ofertando-me um largo amplexo que o meu corpo frui em festa. Invito-te a não fazermos mais nada a não ser seguir o desaparecente sol. Assim, permaneceremos abúlicos por fora, ainda que com o alvoroço de cem corcéis galopando pelo peito e pelo sexo. Soltar-lhes-emos as rédeas quando o inevitável ocaso ocorrer. Nesse instante, o fulgor do astro descerá sobre nós e arrojar-nos-á para o paraíso da exaltação dos corpos. A beleza da hora fugidia cessou. Sabiamente saboreámos-lhe os fugazes frutos doces. Saibamos também não defraudar os caprichosos Eros e Afrodite, para que consintam em nos coroar a jucunda fronte.

É a hora! Osculemo-nos...

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Exortação

São Fornício,
Inspira-me este vício.

Príncipe dos poetas lusos,
Mantém os portugas tusos.
Múltiplo Fernando Pessoa,
Deixa o sexo
Desassossegar-se à toa.
Elmano Sadino,
Inspira todo o pepino.
Florbela Espanca,
Deixa-te de lamúrias,
E chupa-lhe a tranca.
Precoce Cesário Verde,
Sacia de piça a minha sede.

Homens adultos de todas as idades,
Homens adúlteros com saudades
De uma bela fuckada no matrimónio,
Cedei às tentações deste demónio.
Homens baixinhos, carecas ou peludos,
Procurai-me bem caralhudos.
Homens altos, de abraço largo,
De pernas longas e costas grandes,
Aproximai as vossas glandes.
Homens divertidos,
Quero-vos bem metidos.
Homens de bom coração,
Agarrai-me a cona com a vossa mão.
Homens de piça içada,
Não desperdiceis nada.
Homens velhos que acreditais no Viagra,
Rezai para montar esta cabra.
Mancebos que viveis na ponta da piça,
Como eu vos procuro, ó como me atiça,
Se juntais à humildade a explosiva vontade;
Entregai-vos a mãos experientes
Para que não mais fodais como indigentes.
Homens que (dizeis) fodestes meio mundo,
Deixai de caricaturar o Kamasutra,
Ou então correi atrás de outra.
Homens verdadeiros connaisseurs,
Amo a vossa classe supérieure.

Mulheres castas, praticai a vossa vocação
Sem atrapalhar a minha.
Mulheres com ardor na cona, mas sem imaginação,
Segui de cada vez um meu guião.
Mães de todo o mundo,
Mães-galinha,
Confiai a uma Méssaline os vossos filhos
E vereis nos seus olhos inéditos brilhos
E na alma uma chama que lhes virá do fundo.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

serviço púb(l)ico:
O Clítoris

São 45 minutos, mas se acham isso demasiado tempo “perdido” para aprenderem a dar mais prazer à vossa companheira, então está tudo dito...

(Obrigada ao Leituras de BD PoP PorN pela dica.)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Todos os fogos o fogo

Lá fora, um frio cortante de uma noite de lua cheia.

Dentro do estúdio, o abraço dos sofás, as carícias das mantas de pele, o calor da lareira.

Dentro de mim, estas visões começam a fazer girar a minha mente enrubescida de desejo. Preparo chá quente e bombons e chamo-te. Estendo uma manta no chão e deito-me, nua. Cubro-me com outra manta e a textura do pêlo suave sobre a minha pele desperta-me palpitações conais. Tu demoras. Talvez o trânsito... Ligo-te e digo-te que tenho os dedos a preparar a temperatura e a humidade da gruta, que te vás inspirando para, quando chegares, te despires e entrares sem delongas. Às vezes gosto assim, que chegues e vás direito ao epicentro do meu fogo. Dizes-me que tens o pau rijo, peço-te que o mantenhas assim. Começo a sentir muito calor e destapo-me. Sinto o calor das labaredas a lamber-me a pele. Abro as pernas e o ardor das mil línguas do fogo aquece-me as entranhas. Finalmente, abres a porta, atiras com a roupa pelo chão e reparas no meu sorriso lascivo. Chamo-te:

— Vem, vem depressa!

Já sinto o calor do teu vergalho a empurrar-me a polpa da abertura. O terreno está tão amolecido e escorregadio, que deslizas até ao fundo do tobogã. Esperei tanto este deleitoso espetanço, que me venho de imediato. Paramos, digo-te que preciso de beber um pouco de chá. Sorvo um volumoso trago, abro-te a boca e faço-o escorrer para a tua. Olho-te nu, estás prontííííííssimo! As chamas da lareira e as das velas trançam arabescos de luz nos nossos corpos. Ajoelho-me no meio das tuas pernas, ergo-te o membro e digo-te que ele é a divindade a quem vou prestar culto. Agarro as magníficas bolas e levanto-as um pouco para desimpedir o caminho para a minha língua. Começo na base e rodeio-as devagar. Subo até à raiz da haste e volteio em seu redor. Largo-a e ela tomba, tesa, sobre o teu ventre. Abro a boca, percorro-te a flauta com a carne dos meus lábios e tu balbucias o canto interjectivo do gozo. Ergo-a novamente e desço a boca pelo rígido tronco. Subo-a e inundo-o de saliva que o deixa brilhante e escorrente. Paro e pergunto-te se me queres banhar a língua com a tua linfa. Aquiesces e eu anuncio-te que vamos a isso. Inicio um vaivém sobre o teu aríete, alternando subidas rápidas com descidas lentas e vice-versa, sem parar, destravadamente. Anuncias-me que está quase a chegar. Acelero o ritmo, a língua quase anestesiada do atrito, a garganta sufocada pelo embate já quase contínuo, o volume a aumentar, a dureza a intensificar-se... até que sai o primeiro jacto. Retiro a boca e abro-a sobre o ápice da piça, para assistir ao espectáculo da tua via láctea: primeiro em jorros, depois em borbotões, até aos gotejos finais. Fico com as mãos com grossos fios de nácar líquido que o fogo foca. Passo-os pelos lábios e fecho os olhos do prazer da degustação de tão saboroso gloss.

Repousamos a respiração deitados lado a lado. As chamas revestem os nossos corpos suados de uma luz suave. Reparamos que os fogos são mais do que os assinalados: os reflexos da luz das velas no tampo de vidro da mesa e nos vidros da janela, a lua, a lareira. Pego num bombom e meto-to na boca, como outro e digo-te que ainda há outro fogo.

— Onde? — perguntas.

— Aqui — respondo, metendo-te os dedos na minha cona.

Hum... De facto... que quente! És impossível, Méssaline.

Corrijo-te, sem retirar os teus dedos:

— Não. Sou impossuível.

Sento-me na tua cara e ordeno-te:

— Faz esta cona impossível ou impossuível vir-se outra vez.

— És fogo, mulher.

— Afoga-te no meu fogo.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Da foda... não fales nela

Da foda... não fales nela,
quando tu já não a sentes.
Não fales nela que a mentes.

Se os teus sonhos se demoram
em cona que só dá não,
se os pi(n)ssamentos se enrolam
em torno dela e não
em torno de te esquecer
da foda... Não fales nela.

Quanto saibas de foder
nessa cona se te congela.
Tudo é fátua lembrança,
quando tu já não a sentes.

Se, firme, a piça avança,
e doutra cona não s’ cansa...
Não fales nela, que a mentes.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Lugares conocidos e seus profundos sentidos conotativos (3)
— Contributos semênticos para um dickcionário messalínico —

Méssaline volta ao seu Dickcionário...

Dar-lhe uma e prometer-lhe duas
Ora aqui está um dito ambíguo. Quando as condições só permitem uma (normalmente rapidinha) é bom que fique vontade para duas, três, quatro... Já quando o aparente vigor do parceiro promete duas, no mínimo, e depois ao fim de uma è finita la comedia, Méssaline fica descon(a)solada. Já lhe aconteceu várias vezes. E o que faz Méssaline face a este fracasso, se a sua cona ainda anseia por mais fuque-fuque? Liga a um dos seus amantes de reserva e diz-lhe que tem uma urgência. Urgência, sim, porque a tusa passa e foda não dada é foda perdida para sempre. Se a resposta é positiva, Méssaline vai entretendo a vontade com os dedinhos, vai lubrificando a sua imaginação libertina. Quando chega a assistência, já está o terreno disposto (bem disposto) para uma bruta mocada.

Lamber os beiços
Méssaline toma esta expressão num sentido mais literal — e lateral — do que o habitual, que é semelhante ao de «encher o papo». «Beiços» parece boçal, mas lembremo-nos dos pergaminhos desta palavra: Camões usou-a várias vezes; muda-se-lhe uma letra e dá «beijos». Lamber os beiços é coisa que Méssaline gosta depois de uma boa foda e esporradela final “extra-muros”, isto é, pelas mamas, pelo ventre, pelo monte-de-vénus. Lambuza os dedos na dita e depois passa-os pelos beiços que lambe com requebros de quem prova uma iguaria gourmet.
Quanto ao sentido lateral, Méssaline aprecia que lhe lambam os beiços da cona, os pequenos e os grandes, um a um ou à molhada — interessante palavra neste contexto —, desde que saibam o que fazem, porque, às vezes, os mais ousados cunnilingueiros são grandes ignorantes da anatomia conal e das preferências individuais. Caprichai, amantes dos beiços de baixo! Tornai-vos uns verdadeiros connaisseurs e vereis que bem se abrirão para vós as portas do paraíso das profundezas.