sábado, 14 de junho de 2014

Rubras que te quero rubras

Porque o tempo das cerejas (ainda) está aí, Méssaline recupera um texto dos “primórdios” da Boîte.

«Convidaste-me para apanhar cerejas, essa dádiva aos sentidos: gama de vermelhos rosados até aos sanguíneos, luzidia, polpuda, doce e de dentada carnosa.

Levava um vestido boticelliano para que a mais leve brisa mo levantasse e para festejar a Primavera. Começámos pelas de baixo. Tu provavas e interjectivavas com entusiasmo: «Hum, que boas! Toma esta, que é doce e rija» e metias-ma na boca, olhos nos olhos. Eu contornei a cerejeira e apareci-te com os folclóricos brincos e disse-te: «Toma». Agarraste uma com a língua e prosseguiste pescoço abaixo até ao decote, onde despontavam duas, muito rubras. Comeste-as e mordiscaste-me os mamilos. [...]»

[Texto integral em «Oh, le temps des cerises».]

4 comentários :

  1. Podiam ser só duas, mas eram rubras, muito mais rubras, certamente, do que quaisquer papoulas.

    ResponderEliminar
  2. Falando (felando) de papoulas, Méssaline remete-o (huumm... as possibilidades prefixativas do verbo «meter») para as ditas de Cesário, burlescamente fodidas pela sua (dela) verve.

    ResponderEliminar