sábado, 22 de novembro de 2014

Rio abaixo, rio acima (3):
Apeadeiro

(parte 2)

Fomos os únicos a sair daquele comboio quase fantasma, naquele apeadeiro perdido, deserto. Más coordenadas para o crescimento local, excelentes para o desenvolvimento fodal.

Por um instinto que me vem do fundo da cona, conduzo-te por uma vereda sinuosa. Vamos dar a um trio de árvores frondosas. Sem demoras nem rodeios, encosto-me ao tronco do castanheiro, abro os braços para acolher o teu corpo nitidamente excitado. Abro-te a braguilha, donde retiro o teu caralho à foda afeito. Não lhe resisto e rodeio-o com ambas as mãos. Quente, quente e duro, duro como é seu dever em hora tão propícia. Fricciono-o com uma lentidão dolorosa, já que mil línguas de fogo me lambem as entranhas. Ah, mas antes quero ter-te na boca. Devias ter outra piça e talvez outra ainda para me foderes toda. Digo-to e tu sorris:

— És louca!

Louca por foder, foder como uma per-di-da — seja lá isso o que for —, foder com a tua alma, o teu coração, ainda que a tenhas vazia e o tenhas vadio. Aqui e agora, nestes alegres campos, sob estes verdes arvoredos, são meus os teus braços, a tua boca, os teus dedos. Meto-os na minha cona que em agitação húmida me palpita, tocas-lhe com um remeximento sábio e saboroso. Peço-te que ma agarres com a mão toda, com a delicadeza e a determinação úteis a quem apanha um fruto maduro escorregadio ou um simpático bicho esquivo. Dizes-me, baixando-te com uma desenvoltura felina:

— Quero tê-la toda na boca.

Teu dito, teu feito. A tua língua voga dentro dela, procura-lhe os recantos mais recessos com um virtuosismo de primeiro violino, que digo — ai! —, é verdade que é de música que se trata, pelas cordas secretas que sinto tangidas onde nem as imaginava, ó descobridor das ilhas encantadas que me habitam, Gama da minha íntima Índia, Cabral do meu encoberto Brasil!

Preciso que pares para que juntos sintamos o ritmo do minuete que me vibra dentro.

O chão está coberto de verde manto que nós cobrimos da carne febril dos nossos corpos: o meu, primeiro, de bruços, o teu, sobre o meu. Servindo-me do apoio de uma almofoda improvisada com o meu casaco, levanto as nádegas. Abro-as, oferecendo-te a entrada. Tomo a tua haste e roço-a entre as minhas culinas traseiras, dando as boas-vindas a tão sôfrego peregrino que, por sua vez, favorece a hospitalidade com lentescentes e cálidas expressões. Damo-nos ao teasing do vai-e-vem, insuportável, porque não apetece findar nunca, nem prolongar mais. Faço um gesto repentino e tu mergulhas nas minhas profundezas. Da boca um grito me sai, do corpo uma comoção quase violenta, e assim, todo imerso, ficas imóvel, barco fundeado em posição de receber a minha ondulação muscular interna.

Perguntas-me como eu quero que te venhas. Ah, como sabes que gosto de escolher, vá lá, acordar, o modus veniendi, generoso viajante ao centro da terra? Digo-te:

— À entrada do cu.

Não sei se foi por surpresa, se foi por a teres já tão presa, que de imediato cumpriste o meu mui urgente desígnio.

Sei que foi com luxúria pura que recebi o impacto do teu jorramento. A mesma que agora sinto, só de contá-la.

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