quarta-feira, 7 de maio de 2014

Ménage à quatre mains (1): Eu

Sempre em busca de quem lhe alimente os dois maiores vícios: o da foda e o das palavras, Méssaline, ainda com a boca doce do primeiro, quis testar a competência do seu novo amante no segundo. Como desafio, enviou-lhe a mensagem que abaixo se reproduz, mas confessa que nem naquele halo que emoldura as melhores expectativas contemplava o que veio a acontecer.

O novel ocupante do seu leito, que tinha já revelado mestria nas artes do falo, revelou-a também nos enredos da fala. Por isso, Méssaline homenageia o seu inesperado herói, dando-lhe estatuto de co-autoria neste espaço, não sem antes contextualizar a afinada correspondência com o referido repto, transformado, com o devir da comunicação, em prólogo de uma deliciosa ménage à quatre mains.

Ei-lo:

Vem, vem cá, levanta-me a saia rodada de rendas, já sabes que por baixo dela só uso meias de liga, lambe-me, toda, muito, sou a tua Méssaline, a tua puta particular... Que bom, que bem me lambes, quero chupar-te, dá-mo na boca, assim a fazer de bâton, vê-me a olhar para ti, gostas assim? Eu gosto de te ouvir dizer «Tão bom, tão bom, olha para mim, faz devagar», quero mais, chupar-te mais, dá-mo outra vez... Agora entra dentro de mim... huuum, como fazes bem, assim com lentidão de verdadeiro connaisseur, ah, sinto-te todo, ah, estamos a foder outra vez, abre o teu cofre e derrama sobre mim as palavras que lá tens guardadas , olha como me deixam, assim, assim, mais, espera, dá-me a tua mão, sente-me, sente-me, quero dar-te o meu prazer, sente-me ainda, espera só um pouco, agora por trás, agarra-me as ancas, agarra-me as mamas, cavalga-me toda, puxa-me para ti, ah... foda-se, que bom, como gosto desta posição, não pares, continua, sou a tua égua, monta-me, cavaleiro meu, diz-me, diz-me se gostas... Agora deixa-me cavalgar-te, gostas de me ver assim, sentada sobre ti, sou a tua Valquíria, a tua Amazona, ah, pára agora, agarra-me a cona com força e... sente-me, sente como o meu corpo te fala por dentro... quero chupar-te mais, sabes-me tão bem, como me podes saber assim?! Que bom, que bom, queres água? Já ta dou, abre a boca, gostas? É demais, não é? Vou deitar-me de barriga para baixo, lambe-me toda, toda... Que boa a tua língua, que suave, que sábia, enfia-ma toda, ah, olha como estou molhada, não é incrível?... Quero o teu suor, gosto do teu suor, sinto-me a derreter, ah, que nem consigo falar...

...............................................................................

... deixas-me assim, levas-me às lágrimas, mais um signo do nosso estado líquido, suor, saliva, sémen... Quero que te venhas nas minhas mamas, quero ver, quero ficar com o teu leite no meu peito, lambuzar-me nele, degustá-lo sobre os meus lábios, uuuuff, como me sabes bem. Então, sente o que as palavras fazem... conta-me, encanta-me...


Méssaline

(continua)

8 comentários :

  1. Descobri este cantinho e gostei imenso.... :)

    Beijo meu

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  2. Bem... um registo muito diferente, mais directo-ao-assunto, sem rodeios. Gostei.
    É interessante que não havendo descrições e algumas passagens sendo algo vagas, é ainda (?) assim muito entesoante. É um pouco como se não víssemos propriamente o que se passa, apenas ouvimos o que é dito, tendo de imaginar o resto. Como se estivéssemos na sala ao lado a ouvir a foda alheia. Terei descoberto o meu lado voyeur? (ou "ecouter")

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  3. Adorei o teu Blog :)

    Coloquei na minha lista lateral, espero que não te importes.

    Beijinho

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  4. Dois belos vícios, o da foda e o das palavras.
    Há quem não saiba foder sequer as palavras (ou só as foda no mau sentido do termo).
    E a excitação da espera por uma foda apalavrada?! Não é também deliciosa?

    Beijo

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    1. E a excitação de uma foda acompanhada de palavras, palavrões, palavrinhas, onomatopeias, etc?
      É a melhor banda sonora para o acto, não acha, Paulo F?

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