Méssaline gosta de cinema. Pelas voltas dos enredos, o escuro das salas, ambiente para subtis jogos de mãos, pela oportunidade de regalar o olho com alguns expoentes máximos da beleza masculina. Às vezes, fica tão atordoada com os vigores da musculatura, a solidez do ventre, as colunas das pernas, o langor ou a investida do olhar, a polpa dos lábios, os sorrisos solares... uffff... que, findo o filme, fica a pasmar para a ficha técnica, até que a penetrem afinidades entre os nomes e as coisas, brotando óbvios trocadilhos, obtusos trocadalhos.
Ocorre a Méssaline um elenco luxurioso, talvez para um documentário, uma vez que alguns deles já partiram. («Morrem cedo aqueles a quem as deusas mamam...»)
Como preliminar, em jeito de trombeta do Aporcalhipse, um primeiro plano com o Pau Newman, depois, uma cena com o Brad a comer Pitto, muito joliment, seguido de um primeiro plano incidente — e reincidente — no apelido do Sean Pénnis, e, por enlace homónimo, chamar o outro Sean, o Connary que, se assim se chama, nobres serviços deve prestar à causa. (De passagem, é justo que se afirme a qualidade de vinho do Porto que este senhor exibiu...)
Para incitar as espectadoras a conceber belle giornate particolari com o amante italiano que lateja na cabeça de toda a mulher de inclinação fantasiosa, incluir uma cena, trágica ou cómica, tanto faz, que o varão transpira talento por todos os poros, com Marcello Marturbanni. Prosseguir com a câmara a passear sobre aquele palminho de cara do Alain Delong, em que apetece dar beijinhos até ele chamar pela mãezinha; pedir ao Johnny que se deixe de fantasias alicinas e chocolácticas e que venha mesmo deep, deep e ao Roger, more, MORE!, zero-zero-setamente, e sem vírgulas centesimais!
And lust not least, o homem que Marilyn Monroe considerou o mais sexy do mundo. Deixemos o mau feitio do moço e o que o tempo fez ao corpo do homem, que não são chamados a esta colação. Concentremo-nos nas performances até ao Último tango em Paris, hímnico canto do cisne.
Detenhamo-nos no pedaço de perdição daqueles lábios distendidos em permanente oferecimento, no olhar que apetece tomar todo de uma vez, mas que permanece longínquo, incapturável, na voz indolente, rouca, e sonhemos com todos os marlons sussurrando brandas palavras, longos polissílabos, que ampliam uma música ex-po-nen-ci-al-men-te túsica da língua.
Vai para ele o Oscaralho desta edição!
E o Gregory, peca? :D
ResponderEliminarMéssaline pecaria com ele, ai isso pecaria...;-)
EliminarBisou
Acompanho teu blog, todo dia e com muita alegria.
ResponderEliminarImaginação perfeita... muito bem escrito, delícia de blog cheio de tesão.... parabéns....!!!
Adorei "les jeux de paroles"... Méssaline Salope (Méssaline Cachorra!), com Sá Lopes...
Genial...
Merci beaucoup!
EliminarBisou
O Marlon foi uma boa escolha para o "I Oscaralho" da Academia Cochonneries!
ResponderEliminar;)
Beijo
Méssaline ne fait que des bons choix, Nuno! :)
EliminarEstes Oscaralhos são, por assim dizer, os meus Salo'Prix
Hihihihi, ocorreu-me uma ideia.
EliminarVou trabalhá-la... :p