quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Oh, le temps des cerises

Bem sei que já não é tempo de cerejas. Mas o calor lembra-me o dessa tarde de Junho, o melhor mês do ano, por trazer com ele as promessas do Verão e pelas tardes longas.

Convidaste-me para apanhar cerejas, essa dádiva aos sentidos: gama de vermelhos rosados até aos sanguíneos, luzidia, polpuda, doce e de dentada carnosa.

Levava um vestido boticelliano para que a mais leve brisa mo levantasse e para festejar a Primavera. Começámos pelas de baixo. Tu provavas e interjectivavas com entusiasmo: «Hum, que boas! Toma esta, que é doce e rija» e metias-ma na boca, olhos nos olhos. Eu contornei a cerejeira e apareci-te com os folclóricos brincos e disse-te: «Toma». Agarraste uma com a língua e prosseguiste pescoço abaixo até ao decote, onde despontavam duas, muito rubras. Comeste-as e mordiscaste-me os mamilos. De repente, gritei quando confundiste a textura da pele com a do fruto e mos trincaste. Recompus-me e voltei-me de costas. Pedi-te: «Queres comer estas?». Meteste a mão debaixo da saia até à cona, livre de cuecas. Meteste os dedos e tiraste a cereja encarnada e… molhada. Comeste-a e disseste que querias mais assim.

Subi para o primeiro gancho da árvore, colhi mais, enfiei-tas na boca, com os dedos, com os lábios. Mordíamo-las conjuntamente, devagar, delicadamente, jogo que só interrompíamos para nos livrarmos dos caroços, o que fazíamos ora com delicadeza, ora como lançadores de chamas, sempre com alegria.

Fui buscar a manta e as almofadas, enquanto colheste um bom punhado delas. Deitei-me, abri as pernas e perguntei-te se querias fazer um cherry cunnus. Pegavas no pedúnculo, rolavas a cabeça do fruto pelo folhado da cona, lambia-la e davas-ma na minha boca. Depois, pedi-te que as comesses dentro da galeria. Mostravas-te mestre. Esmagava-las com os dentes e irrigavas-me a taça com o suco vermelho. E depois sorvias o teu cocktail, fazendo-me orgasmar de-li-ci-o-sa-men-te.

Pedi-te que te deitasses e despi-te. A brisa abençoou-nos com uma lufada de seda. Peguei num par de cerejas e fi-lo rolar pelo dorso erecto da tua piça. Devagar, para apreciar as suas reacções subtis: pequenos movimentos, palpitações. Aquela textura macia e dureza semelhantes animavam-me. Meti uma mais pequena e bem sólida na boca e abocanhei-te o pau. Reagiste ao contacto da cereja mais fresca com a tua tora quente. Foi então que ta engoli até à úvula, trabalhando com a língua no fruto, movimentando-o aleatoriamente entre a minha boca e o teu falo inchante. Incitavas-me: «Continua, não pares». Interrompi para mudar o fruto já macerado e, com a boca, esfreguei-to sem parar, apenas alternando rodeios e meneios, com a língua e a rolante ajuda desta espécie de órgão sexual complementar. Disseste mais vezes: «Ah, não pares, continua».

Foi um sobe-e-desce de boca da glande até à raiz da piça, com mudanças de ritmo e de coreografia até te subir a seiva em jorro. Retirei os lábios para gozar o espectáculo do géiser. Depois, passei os dedos pelo líquido morno jacente sobre o teu ventre, meti-os na boca e comi a cereja, deleitosa, assim envolta em zabayon cream.

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