quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Voyage, voyage (7):
Messalina in Villa Jovis

(parte 6)


A preparação do jantar teve o erótico acompanhamento da degustação do vinho e o desafio da improvisação de um menu atractivo usando apenas o pouco que havia na despensa e no frigorífico. No sofá da varanda, com o som do mar em adágio, pergunto ao Marcello:

— Com’è Villa Jovis?

— È a Anacapri, la villa preferita di Tiberio, dove è stato per gli ultimi anni della sua vita. È bella, ma in rovina.

— Humm, mi piacciono le rovine romane...

Puxo-o para mim e provoco-o:

— Eu sou a tua Messsalina do século I, uma cortesã, e tu um legatus, um general de visita a Capri para dar notícias das legiões ao Imperador.

— Che ruolo difficile, che pericoloso.

— Eu guio-te. Acabas de chegar ao átrio da villa; Messalina, que soube da tua vinda, passa para ver o homem das proezas castrenses que mantêm o Império. Ela e mais umas tantas com a mesma curiosidade e apetites.

— Ma io vedo solamente Messalina.

— Sim, porque te lançou olhares concupiscentes. Quando reparaste nela, afastou-se com passos lentos, e amplos, para justificar o gesto de levantar um pouco a túnica de lado.

— Si e dopo...

Os lábios do Marcello pousam-me beijos suaves como penas ao longo dos braços, tangendo as cordas da minha caixinha de música.

— Depois, entras nos aposentos do severo e caprichoso Tibério.

— E che cosa fa Messalina?

— Retoca o penteado, prepara-se...

O Marcello procura a minha boca e beija-a com ânsia. Reclino-me e sinto o pau duríssimo, quente, retiro-lho das calças, toco-o com blandícia, ele faz um gesto em que adivinho o desejo de se despir. Imponho calma, continuo:

— A entrevista correu bem, deste boas novas ao Imperador, caso contrário, defenestrar-te-ia para a falésia. Estás animado pelas honras que te esperam, pedes vinho. Messalina apercebe-se e ela mesma to serve com lentidão solene, fitando-te as mãos, sentindo o teu olhar a passear-lhe pelo rosto, pelos ombros descobertos.

Sorvo um trago de vinho branco, bebo um pouco e transfiro o resto para a boca do Marcello. Prossigo:

— Ao passar-te a taça para a mão, roça-te nos dedos, olha-te nos olhos e roda sobre as sandálias com um súbito pudor... fingido. Tu agarras-lhe o braço.

— Si, no voglio Messalina lontana da me.

E aperta-me num abraço longo, procura-me a boca. A língua dele interrompe-me a narração. Com dois dedos toco-lhe nos lábios para o deter e pergunto-lhe se quer saber o que Messalina fez ao general.

— Si, voglio sapere tutto, ma questa è una cosa...

— Ela desce o olhar e vê-o tumefeito, assim como te estou a sentir agora na minha mão. Um impulso vindo das profundezas do seu íntimo impele-a a conduzi-lo para um recanto, levá-lo para uma banqueta, encher a sua boca com o sexo dele, como quero agora mesmo.

E faço-o, sentindo o prazer dobrado: o meu, real, presente, e o imaginário, do século I, da Messalina romana. Paro, ergo o tronco e deslizo os dedos pelo corpo generoso da sua piça, olhando-o. Hesito entre continuar sentindo na mão aquele membro soberbamente granítico, mas de cetinoso toque, e sujeitá-lo aos tratos da minha língua. Porém, invade-me uma súbita obsessão: sentir a piça nas mamas, para o que lha agarro, passeio-a por elas, massajo os mamilos com a glande, cuja suavidade e magnífico desenho lembram um botão de rosa a desabrochar, oh, mas muito melhor, porque quente, húmida, animada, útil...

— Come ti piace? Piano o forte?

— Ambedue, e a Messalina?

— Messalina volta a inclinar-se sobre o seu vitorioso general, solta as fíbulas da lorica musculata, aperta-lhe a pele do peito arfante, em leves beliscos, descendo, descendo... Na Villa Jovis está calor, como aqui, Messalina toma um grande golo de água, refresca a boca e verte o resto sobre o ventre nu do general.

— Dell’acqua fredda? È un po... controproducente, no?

— Com tanto calor, não. Queres sentir?

Encho a boca de água e provo-lhe que tenho razão. O Marcello lança um «ahhh!» de surpresa, suspira e diz:

— Humm, ma è buono!

Apanho a água que ainda o molha com langorosos e fruitivos movimentos de língua. Paro e volto ao século I:

— Messalina quer sentir o aríete do seu general a entrar-lhe no corpo, até ao fffundo, até a entontecer, até...

— Ma primo il tuo generale vuol mangiare la tua figa.

Ah, que boa lembrança! Vamos então ver se os combates por montes de Vénus, se as passagens pelos jardins da deusa calipígia tornaram este miles maximus num verdadeiro eruditus.

Messalina levanta-se, ergue a túnica e abre as coxas que faz descer até ao rosto — do general romano? do Marcello?


(continua)

4 comentários :

  1. Bem, Méssaline, até aqui a história foi um certo ramerrame, cheguei a pensar que não ia dar em nada, mas desta vez digamos que atiraste-te de cabeça... :^)
    Estava a ler e saiba-se lá porquê deu-me uma intensa vontade de ser Marcello... ;-)

    ResponderEliminar
  2. são destas lutas e guerras que fazem falta a este mundo.....
    eu se fosse guerreiro estaria sempre voluntariamente de serviço para ti doce Méssaline!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E Méssaline levá-lo-ia para uma doce e «branda guerra». ;)
      Bisou.

      Eliminar